"É como se a vida ganhasse intensidade. O relógio não para, ele gira mais rápido. O coração não sossega e sim evidencia o calor através de cada batimento. Eu amava quando nos amávamos devagarinho. Eu amava cada complicação. Amava odiar cada discussão. Pois, com elas era como se você me despisse inteira. Me despisse de toda insegurança, culpa e impulsividade. Odiava desacreditar de um futuro por conta delas. Amava quando você voltava atrás e plantava uma esperança carinhosa no meu peito. Se hoje escrevo, é pra você. Se no passado eu escrevia era pra você e quem se importa se no futuro for você também. É assim que quero que seja. Porque se antes eu só queria amar, hoje eu quero ser amada. Quero ser mimada e enrubescer ao ouvir você dizer que ama minhas palavras. Espero estar conseguindo estampar um sorriso em seus lábios, afinal, minhas bochechas até doem devido ao ato de estar por ai "sorrindo a toa". Mas, não é a toa. É por você. Isso tudo, sem levar em consideração o fato de que neste momento, eu estou chorando. Mas não se assuste. São lágrimas de felicidade. Lágrimas de memórias. De momentos que inevitavelmente eternizei. De datas que bobamente guardei. Sim, me lembro de cada dia cinco de junho, vinte e dois de agosto, trinta de dezembro, sete de março e claro, nosso treze. Nossa. Até pareço uma maluca quando resolvo compartilhar isso. Uma maluca ridícula. Mas eu gosto de datas. Gosto de sentidos. Razões. E você é minha razão. Suas mordidas, seus beijos, sua respiração acelerada, suas idiotices sem tamanho. São todas minhas razões. Eu amo o modo como me ama. Eu amo o modo como me toca. Eu amo o modo como me incendeia. Eu amo você. E espero que me garanta a possibilidade de continuar te amando por mil meses e mais. Mas de tudo, o que eu mais amo é o pouco de você que tu deixa em mim. Seja como um cheiro, um encanto, palavras ou silêncios que ensinam muito. Seja a sua curiosidade ou empolgação ao contar algo. Seja seus defeitos. Seus palavrões. Ou até aquele charuto horrível. A sua intensidade colide com a minha sanidade e tumultua tudo. De uma maneira boa. E que desta mesma maneira, sejamos bons um com o outro. Que juntos, nós iremos descobrir o mundo. O nosso mundo".

Mergulhado em um mar de possibilidades eu vou seguindo

Mesmo que eu não saiba para onde estou indo

O norte aponta uma saída, para minhas escolhas distorcidas

A pulsação do meu coração dá um alerta

De que esta talvez não seja a escolha certa

Mas ao contrário de toda serenidade

A minha verdadeira vontade

É atormentar almas inteiras

A fim de quebrar barreiras

Nesta busca de ver no outro, um pouco de mim

Um pouco de ti.

Estampado em um sorriso ou dois

Quem sabe depois nós não aprendemos

A aceitar o amor que talvez merecemos.

   "Muitas vezes, não é você. Sou eu. Sou eu desejando amar, implodir o coração que não se cansa de palpitar. Revelar as mal vindas dores que serpenteiam através das gratificantes sensações. Porque, te amar é isso. É dar graças por cada falta de ar ao lhe ver, é não ter vergonha de deixar meus olhos brilharem e o amor que emana de mim se evidenciar. Te amar é apreciar o gosto da negação. É gritar aos setes ventos o quanto não lhe amo e após isso, lhe envolver em meus sonhos. 
   Caso não tenha ficado claro, não é você, sou eu. Sou eu que ao invés de querer ser amada, quero amar. Sou eu que não sei caminhar a dois sem tropeçar, jantar a dois sem se engasgar e amar a dois sem se ralar. Esquecer o recíproco é o há. E o que deveria de haver para ser feliz. Afinal, o ser amada infla meu ego e eu quero na verdade inflar é o teu. Quero continuar simples e ver a felicidade no sorriso do outro ao lhe regar meu amor. Assim, meu sorriso também se expande sem rancor. 
   Talvez, mas bem duvidosamente, possa existir um equilíbrio. Um amor completo. Mútuo. Mas até lá, eu escolho aproveitar o sentimento ao ter que me entregar ao martírio e me flagelar por ter um amor não correspondido. Quando arranjar outra paixão para me ocupar, eu lhe deixo ir. Mas se quiser ficar, prometo me esforçar para deixar você me curar, me estufar de amor e me livrar da dor."